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Rainha da bateria da Portela por nove anos, Bianca Monteiro certamente não é uma novata no carnaval carioca e tem plena consciência de que, em várias ocasiões, tentaram desacreditá-la em seu cargo. No camarim da Cidade do Samba, durante um intervalo em sua função como uma das apresentadoras do Concurso Corte Real Carnaval 2026, organizado pela Riotur, ela se pronunciou sobre o que acredita ser seu papel além da Avenida.
“Eu sou uma ativista do samba, não aceito muitas coisas. Respeitamos, mas minha luta é para que haja mais mulheres negras em posições de destaque, apresentando diferentes concursos e funções importantes. Em tudo que diz respeito ao carnaval, devemos ser a vitrine e a representação desse grande espetáculo, pois essa é a nossa história, nossa herança, nossa ancestralidade”, afirma Bianca.
Sem mencionar nomes ou fechar portas de maneira drástica, a rainha da Azul e Branco de Madureira reconhece que o carnaval é inclusivo, mas questiona a presença de tantas celebridades nas escolas de samba em posições que deveriam ser ocupadas por pessoas da comunidade:
"Existem lugares que podem ocupar, como na frente dos carros alegóricos, mas o espaço da passarela deve ser reservado para alguém da comunidade. Não viemos para ocupar os lugares delas, então, não é justo que elas venham ocupar os nossos.”
Bianca ainda menciona que, embora as rainhas de bateria das comunidades atualmente sejam uma minoria no Grupo Especial, elas criaram uma rede de apoio mútuo.
“Estamos aqui para resistir diariamente, eu, na Portela, há nove anos, e as outras meninas que também são rainhas comunitárias. Nos fortaleçemos entre nós. Todas trabalham arduamente, mas sempre que tenho a chance, faço questão de mencionar a Mayara Lima (Paraíso do Tuiuti), a Evelyn Bastos (Mangueira), a Lorena Raissa (Beija-Flor)... Tentamos apoiar uma à outra, nos encontrar e nos fortalecer, porque esse espaço nos pertence”, alerta.
Bianca também serve como uma referência para outras mulheres que, assim como ela, sonham em viver do samba desde o início de suas trajetórias. Junto a Wilson Neto, o Rei Momo de 2022, ela apresenta o Concurso Corte Real Carnaval 2026, que acontece há quatro anos.
“Minha trajetória começou na Corte do Carnaval. Em 2015 e 2016, fui princesa, junto com Wilson (o Rei Momo da época e em quatro carnavais). A partir daí, recebemos o convite para apresentar... Retornamos ao nosso tempo de concurso, relembrando tudo que vivemos aqui e as oportunidades que conseguimos. Esse concurso mudou as nossas vidas. Ele tira uma garota da ala de passistas e oferece uma visibilidade internacional,” afirma, ressaltando que sua trajetória bem-sucedida desafia diversos estigmas acerca da profissão de sambista.
“Eu já cansei de ouvir que ‘samba não é profissão’. E aqui estou, apresentando o evento. E o que é isso? Toda a minha vida, tudo que possuo, veio através do samba, e para muitas pessoas aqui, as oportunidades que elas terão também virão do samba.”
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