Viúvo que inspirou lésbicas de 'Vale tudo' cita importância da novela na luta por herança

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Se Laís (Lorena Lima) e Cecília (Maeve Jinkings) têm a liberdade de se amar no remake de "Vale tudo", é graças a pessoas corajosas do passado que lutaram pela liberdade e direitos iguais. Atualmente, Marco Rodrigues, um ícone da luta LGBTQIA+, teve o autor Gilberto Braga como um aliado na sua batalha.

Após a morte de seu parceiro, o pintor Jorge Guinle Filho, herdeiro de uma das famílias mais abastadas do Brasil, Marco inspirou o novelista a criar a narrativa sobre as lésbicas na primeira versão, que foi ao ar em 1988. Na trama original, Cecília falecia em um acidente de carro e, por não ter deixado testamento, sua herança se tornou um ponto de disputa entre a viúva Laís e sua família.

Esse foi o mesmo desafio que Marco enfrentou na vida real, após a morte de seu companheiro de mais de 15 anos, que faleceu em decorrência de complicações da Aids, em maio de 1987, durante o auge da pandemia.

"Em 1985, Jorginho fez um testamento secreto, deixando todos os seus bens para mim. Eu só soube da existência desse documento depois. Após sua morte, a mãe dele retornou dos Estados Unidos com um novo testamento que não tinha validade aqui. Os pais dele já começavam a discutir a herança no funeral, do qual não pude participar", revelou Marco em uma entrevista ao podcast da Rádio Novelo.

Em dezembro de 1988, algumas semanas antes do término de "Vale tudo", que proporcionou um final feliz para Laís e sua luta, a Justiça decidiu a favor de Marco Rodrigues, garantindo a ele metade dos bens do ex-parceiro, incluindo a cobertura no Alto Leblon onde moravam juntos. Na ocasião, o juiz considerou que o "processo mostrava a contribuição de Marco na vida profissional e pessoal de Jorginho".

"Gilberto criou essa história para me ajudar e chamar a atenção da opinião pública. Era algo novo. Creio que a decisão favorável veio porque ele deu tudo de si. A novela alcançava lares por todo o país e abordava assuntos importantes. Muitos jornalistas estavam presentes no dia da sentença, devido a 'Vale tudo'", compartilhou Marco na entrevista ao podcast.

A família de Jorge Guinle, único filho do famoso playboy Jorginho Guinle, acabou apelando da decisão e a disputa se arrastou por anos na Justiça. Finalmente, em 2018, após uma deliberação do STJ, Marco Rodrigues foi reconhecido como o legítimo herdeiro do artista.

Hoje, aos 81 anos e casado com a produtora Alicinha Silveira, Marco vive no mesmo apartamento onde compartilhou sua vida com Jorginho Guinle. O que permanece é a saudade. "Viajeiamos pelo mundo, tivemos nosso verão sem fim", recorda-se.

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