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Esse desfecho da novela de Manoel Carlos não condiz com os numerosos conflitos que ocorreram entre os personagens ao longo da história. Viola (Gabz), que outrora foi a personagem central, decidiu ir para o Uruguai, onde abriu mais um restaurante, sem encontrar um novo amor após a morte de Rudá (Nicolas Prattes).
O encerramento da história de Viola me fez lembrar de outras figuras que foram perdendo espaço em novelas anteriores – não vou esquecer do Márcio Garcia em "Caminho das Índias", que começou como o príncipe indiano da encantadora Maya (Juliana Paes), mas foi sumindo até se tornar um figurante em cima de um elefante. O mesmo aconteceu agora.
Rod (Leonardo Bittencourt), que nunca teve uma chance com Luma, ainda tentou criar uma expectativa sobre uma possível relação entre eles e uma viagem para o Uruguai, mas todos já sabiam que seu destino era ficar com Mavi.
ENFRENTANDO OS ABSURDOS
Na lista de absurdidades do episódio final, ainda temos Leide (Thalita Carauta) fazendo uma visita a Ísis (Mariana Ximenes) na prisão, em um clima que mesclava comédia e amizade. A vilã simplesmente ignorou o fato de que foi a suburbana que a colocou atrás das grades, traindo-a e ficando ao lado de Berta (Eliane Giardini).
A loira também apareceu se divertindo como a poderosa da penitenciária, mandando nas colegas, sem que fosse explicado de onde ela obteve os recursos para tal poder. Uma vergonha, de fato.
Chocado? Ainda há mais. O inconveniente Robson (Eriberto Leão) sequestrou a ex, Fátima (Mariana Santos), no dia de seu casamento com outro sem-culto, Gael (Igor Cosso). Mesmo grávida, a noiva conseguiu se livrar do ex, pegar o carro e voltar rapidamente para seu casamento. Inacreditável.
Há muito tempo a Globo não apresentava uma trama tão fraca no horário das nove. No início, a novela de João Emanuel Carneiro fez tentativas de envolver o público com o romance entre a chef Viola e o pescador Rudá, mas isso fez parecer que ela carecia de caráter ao abandonar o leal Mavi.
Ele passou toda a novela obcecado por Viola, criando as piores situações, apenas para desistir de seu objetivo no final. O vilão, interpretado por Chay Suede, que trouxe os poucos bons momentos da trama, acabou se tornando apático e sem humor na reta final. O pescador Rudá, seu adversário, morreu muito antes do último capítulo, sendo descartado sem a menor relevância.
Mavi serviu como mais uma evidência de que Carneiro não é o melhor quando se trata de concluir as tramas de seus antagonistas – até o presente momento, os admiradores de "Avenida Brasil" lamentam que o desfecho de uma das vilãs mais icônicas da televisão ocorreu de maneira tão insatisfatória, retornando ao lixão para cozinhar com Mãe Lucinda (Vera Holtz). Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin), as principais vilãs de "Todas as Flores", também tiveram um final similar, terminando suas histórias com pequenos golpes na esquina.
"Mania de Você" enfrentou desafios devido a um elenco fraco – alguns membros realmente careciam de talento, enquanto outros eram apenas nomes pouco conhecidos que não conseguiram atrair o público de novelas a sintonizar suas TVs diariamente. O resultado já é conhecido: uma média de 21 pontos, a pior audiência registrada em seu horário.
Entretanto, não devemos perder a esperança em Carneiro, que já nos proporcionou muitas alegrias – sua novela anterior, "Todas as Flores", apresentou mais qualidade do que falhas. Após um longo período de descanso para reabastecer suas ideias, tenho confiança de que ele ainda conseguirá dar a volta por cima.
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