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Um autor renomado e com vasta experiência, Aguinaldo Silva está moldando sua próxima novela para atender às novas preferências dos telespectadores. Com o título provisório de Três Graças, a produção irá substituir Vale Tudo na programação das nove horas da Globo no segundo semestre. O escritor reconhece que não há mais espaço para enrolações nas atuais narrativas. "Não pode perder tempo. Tem que ser direto e conciso," ele observou.
"É preciso ter em mente que a competição é com o TikTok. Não dá para incluir aquelas cenas longas. Nesta nova novela, logo no início há um jantar que junta duas famílias ricas em torno de um assunto específico. Decidi que já era hora de escrever. E então pensei: 'Mais um jantar? Não, preciso fazer algo acontecer, e o jantar não ocorrerá'. Isso foi o que decidi," ele relatou em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
"Um parente de um dos personagens falece, e o jantar se transforma em um verdadeiro desastre. Hoje em dia, é importante evitar aquelas sequências de refeições, onde as pessoas conversam sobre trivialidades... Não dá para perder tempo. Tem que ser direto e conciso. Essa é a minha visão, não falo em nome do gênero. Aprendi com as séries. Sou completamente viciado. Durante a pandemia, acompanhei tudo," acrescentou.
Três Graças conta a história de uma família composta por uma avó, uma mãe e uma neta. Todas engravidaram na adolescência, se tornaram mães solo, e as duas primeiras sacrificaram seus sonhos, agora esforçando-se para que isso não aconteça com a terceira.
"Escrevi a sinopse durante a pandemia. Inicialmente, era concebido como uma minissérie e girava em torno do furto de um cofre. Depois percebi que poderia transformá-lo em uma novela. Convidei duas pessoas para serem coautores: Zé Dassilva e Virgílio Silva. A partir daí, desenvolvemos uma nova sinopse. Enviamos para a Globo através de um agente," ele detalhou.
"O material ficou lá por um bom tempo sem resposta. Após quase um ano, entraram em contato comigo, manifestando que tinham gostado muito e perguntaram se eu poderia redigir o primeiro capítulo. Escrevi, eles gostaram e pediram mais cinco. Assim foi. Assinamos um contrato e agora os três estamos trabalhando juntos," contou. Silva agora atua na Globo sob um contrato por obra.
O veterano também mencionou que a ideia para a trama surgiu durante uma visita a uma maternidade no Rio de Janeiro. "Havia uma fila de grávidas à espera de atendimento. Percebi que a maioria delas não tinha 18 anos. Fiquei surpreso. Pensei em algum momento escrever sobre pessoas que engravidam muito cedo de homens que não assumem a responsabilidade. A ideia ficou guardada no meu cofre de futuras histórias. Até agora, finalmente se concretizou. A novela tem uma linguagem bastante popular," afirmou.
Silva novamente negou ter chamado atores para o elenco. "Posso ter atores de preferência com quem gosto de trabalhar, mas não escrevo para eles. A seleção do elenco deve ser orientada por três fatores principais: autor, diretor e emissora. O elenco deve ser estruturado em função dessas três entidades", enfatizou.
"Não tenho ideia de como surgiu o boato sobre um convite ao José Mayer. Sei que ele não está interessado em retornar ao trabalho. Não fiz convite nenhum. Nem para ele, nem para Betty Faria. Meu foco está em escrever. Em tempos passados, os autores definiam o elenco. Atualmente, e com razão, é um esforço coletivo", afirmou.
Sem ressentimentos
O autor não teve seu contrato renovado e foi dispensado pela Globo em janeiro de 2020, após o fracasso de O Sétimo Guardião (2018). Contudo, ele mencionou que sua relação com a emissora permanece boa.
As pessoas responsáveis pelo processo que levou ao meu afastamento, ironicamente, também foram afastadas três meses depois. Sempre declarei que não guardo ressentimentos em relação à Globo. Ao contrário, tenho muito a agradecer. E a emissora também tem seus débitos. Estamos em igualdade de condições e seguiremos em paz.
O escritor reconheceu que sua última novela na emissora não alcançou o sucesso esperado. "Eu aceito sem problemas que uma parte das falhas foi minha responsabilidade. Muitas coisas não funcionaram e havia um clima interno nada favorável. Quando o ambiente não é positivo, nada adianta."
Remakes
Coautor de Vale Tudo ao lado de Gilberto Braga (1945-2021) e Leonor Bassères (1926-2004), Silva revelou que tem ciúmes em relação à novela e mencionou que não foi contatado por Manuela Dias, que está à frente da adaptação.
É difícil de comentar, pois sou completamente apaixonado por Vale Tudo. Foi uma das épocas mais especiais da minha vida. Tudo fluía perfeitamente. Não posso negar: como o único autor vivo da novela, sinto um certo ciúme. Mas estou com expectativas, ansioso para ver, pois, naturalmente, é uma época diferente. Outros tempos e costumes.
"Certamente, não pode ser exatamente como foi naquela época. Mas é uma grande história. Tenho certeza de que Manuela fará um trabalho excepcional. Estou curioso para conferir. Com um toque de ciúmes, mas estou (risos). Ela não entrou em contato comigo, e creio que fez o correto. É a interpretação dela", completou.
Ele também revelou que não realizaria remakes. "Veja, Tieta, de 1989, está sendo transmitida agora. As pessoas ficam grudadas na TV à tarde para assistir. A novela existe naquele momento. É algo mágico. Funciona ou não. Tenho receio em relação aos remakes por esse motivo, pois não é mais a mesma novela, é outra. Tem um elenco diferente, uma direção diferente, outro estilo. Serei bem franco: não sou entusiasta de remakes. Mas eles são realizados e costumam ter sucesso, certo?", finalizou.
Silva também comentou sobre a excelente audiência de Tieta na reprise do Vale a Pena Ver de Novo. "Quando funciona, é possível notar logo na primeira semana. Creio que, durante o período de esplendor das novelas da Globo, havia uma combinação de aspectos que contribuíam para o sucesso delas. Um aspecto crucial que não podemos ignorar é que naquela época as pessoas só tinham as novelas", enfatizou.
"Não existiam redes sociais como TikTok e outras distrações similares ao mesmo tempo. As novelas não são mais as únicas dominantes do cenário. Atualmente, precisam competir com muitas outras opções. É raro que aconteça um sucesso tão impressionante como antes era comum. Foi uma época mágica que nunca se repetirá", completou.
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