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A atriz Kiara Felippe, de 29 anos, brilha em Beleza Fatal, um programa exibido pelo canal Max. Em seu papel de estreia em uma novela, ela dá vida a Andrea, uma mulher trans, que assim como a artista, é professora de dança e se envolve com os personagens interpretados por Murilo Rosa, de 54 anos, e Marcelo Serrado, de 58 anos, na obra de Raphael Montes, de 34 anos. Em uma conversa com a CARAS, a famosa compartilha diversos tópicos, incluindo sua entrada no mundo das novelas, como sua personagem se tornou uma fonte de inspiração e um símbolo de representatividade na televisão, além de falar sobre sua jornada de transição de gênero. “Continuo enfrentando batalhas diárias,” declara.
Originária de São Paulo, Kiara possui uma trajetória significativa no setor audiovisual, embora agora esteja experimentando a sensação especial de atuar em sua primeira novela. Ela integrou o elenco da minissérie Casa da Vó e participou dos curtas documentais Beat é Protesto! e Sou Trans e [R]Existo. “A novela era o único gênero que faltava para mim; enquanto minha agência enviava alguns testes, Beleza Fatal surgiu. Imediatamente comecei a estudar o roteiro para me preparar da melhor forma possível, até que chegou o dia e executei com sinceridade. Após algumas semanas, recebi a boa notícia de que havia sido selecionada e comemorei bastante,” recorda.
Referente à sua nova personagem, Kiara confessa: “Algumas características me aproximam dela, mas ainda assim somos distintas. Andrea é sonhadora, enquanto eu me percebo mais realista e ciente, especialmente em relação ao amor romântico. O que mais me fascina nela é sua habilidade em lidar com a vida e sua elegância.”
Com o êxito de Beleza Fatal, a atriz tem desfrutado dos frutos desse trabalho. Ela tem recebido carinho do público tanto na rua quanto nas redes sociais. “Já fui abordada algumas vezes. Os fãs foram muito amáveis, e esse carinho se repetiu nas redes sociais. Por já ter uma interação com meu público nas redes, consigo conversar e 'fofocar' com meus seguidores sobre a novela - sou também telespectadora e tenho adorado essa troca. Estou levantando discussões não só sobre a personagem, mas sobre a novela em geral, pois a narrativa reflete muito da sociedade atual, e esse é um dos principais fatores desse grande sucesso,” analisa.
PARCERIA COM MURILO ROSA
Além do triângulo amoroso envolvendo Sofia/Júlia, interpretada por Camila Queiroz, e os personagens Gabriel e Alec, a trama dirigida por Maria de Médicis também apresenta Andrea em um dilema amoroso. A professora de dança é cortejada secretamente pelo personagem Tomás, vivido por Murilo Rosa, com quem até compartilha um beijo íntimo, e o antagonista Rog, interpretado por Marcelo Serrado.
Foi uma troca muito amigável e recíproca (com Murilo Rosa). O processo realmente nos deu uma conexão excelente, que refletiu nos resultados finais que vocês acompanham. Murilo é um grande colaborador e muito generoso, então nos entendemos muito bem”, diz a paulista, que também comenta sobre o beijo entre ela e Murilo em cena. “Houve toda uma preparação cuidadosa antes; e, mesmo sendo meu primeiro trabalho com cenas sensuais, tudo fluiu de maneira confortável e profissional”, relata.
NOVELA OU CINEMA?
Ao ser questionada sobre curiosidades dos bastidores, Kiara revela: “Estávamos constantemente comemorando. Todos os envolvidos no projeto estavam entusiasmados, o que tornou o processo mais leve. Tivemos gincanas de Natal com toda a equipe (maquiagem, figurino, técnicos…) com prêmios, algumas festas e ainda estamos celebrando os resultados positivos e as conquistas da novela. Por se tratar de um grande projeto, era lindo ver todos trabalhando e também se divertindo”.
A atriz possui preferência entre novela e cinema? Ela comenta: “Não tenho. Adorei fazer a novela e experiências em um formato maior, onde o roteiro pode ter arcos dramáticos mais profundos, mas também amo cinema. Já participei de alguns filmes, é uma forma diferente. Sou apaixonada pelo nosso audiovisual!”.
PRECONCEITO ESCANCARADO
Nos primeiros episódios de Beleza Fatal, o médico Átila (Herson Capri) impede Tomás de realizar uma cirurgia plástica em Andréa, movido por puro preconceito. Kiara analisa: “Foi muito significativo para mim abrir a semana inaugural da novela expõe a realidade da transfobia que afeta a vida da maioria das pessoas trans, mesmo nesses ambientes que parecem mais seguros. Muitas pessoas trans não retificadas, e até aquelas que corrigiram seus documentos, enfrentam transfobia constantemente”.
A artista admite que sente um grande orgulho por perceber que a novela trouxe à tona esse tema tão relevante para ela e para muitos. “Expor isso com coragem e sinceridade, levantando um questionamento social importante, me enche de orgulho. A cena foi desafiadora, pois representa uma violência já vivida. Mas quis realizá-la com todas as minhas forças para registrar, de uma forma atemporal, a necessidade de revisitar nossa sociedade e lutar pela igualdade e pelo direito de ir e vir de todos”, reflete.
TRANSIÇÃO DE GÊNERO
A jornada de Kiara Felippe em sua transição de gênero começou há uma década, embora desde a infância ela já se sentisse distinta dos outros meninos. “Continuo enfrentando desafios diariamente, mesmo após dez anos de transição. Para mim, esse processo não tem fim, pois é sempre uma construção social e pessoal”, ela afirma.
“Estamos revisitando muitos aspectos de um sistema que nunca nos incluiu, e agora, com muito esforço, estamos gradualmente conseguindo moldar nossa própria história em diversas áreas e contextos sociais. Essas lutas surgem de maneira cíclica, especialmente com o retrocesso global que estamos testemunhando em várias questões, principalmente em relação a gênero. Portanto, continuamos a resistir, pois desistir nunca foi uma opção para nós”, ela afirma.
Diversas meninas têm procurado Kiara, identificando-se com a transição de gênero da atriz e de sua personagem. “Recebo muitos recados e sempre tento interagir, expressando minha gratidão (...) Às vezes, o que mais desejamos é simplesmente ‘poder existir’ e ter a sensação de que, de alguma forma, tudo ficará bem. Procuro sempre compartilhar que nossos sonhos aquecem nossos corações. Acreditar em nossos ideais pode servir como uma orientação neste vasto oceano que é a vida, além de nos proporcionar um entendimento básico do contexto social em que estamos. A realidade está presente e é como é! Se formos sinceras conosco e nos esforçarmos para dar o nosso melhor, cada dia de vida será significativo”, conclui.
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